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Foto do escritorAna Carolina Tomé Rocha

Tá tudo bem gostar do que você gosta

Em 13/05 fui em uma balada voltada para o público otaku, e foi tão legal, eu pude escutar músicas e dançar com pessoas que tinham um gosto parecido com o meu. Acho que foi uma das realizações mais prazerosas pro meu eu mais novo. Desde nova sentia como era difícil encontrar e compartilhar momentos assim. Lembro de vibrar e ficar imensamente feliz no meu primeiro anime friends, eu tinha 13 anos na época.


Conforme fui crescendo aprendi a ir em eventos e encontros para poder participar de comunidades que me acolhessem, no dia a dia da escola eu era considerada estranha, mas nos finais de semana no Ibirapuera em que conversava e ria com o fandom de Percy Jackson, encontrava o meu lugar.


Fiz muitos amigos em diversos momentos da minha vida, pessoas que assim como eu tinham gosto pela leitura e não sentiam vergonha disso. Óbvio que não era perfeito e nem todo mundo era tão legal assim, mas hoje parte dos meus melhores amigos vieram dessa época.


Por meus pais escolherem morar em um lugar mais afastado da cidade, diga-se extremo sul, demorei para ter acesso a internet de forma constante, então essas pequenas ocasiões eram muito importantes pra minha eu adolescente. As idas à Liberdade e Galeria do Rock como presente de aniversário, as festas onde tocavam música de anime, tudo isso me fazia sentir plenitude.


Às vezes penso nas experiências que teria se minha família tivesse tido mais dinheiro ou se morássemos mais perto do centro, porém sinto que a distância e as dificuldades me fizeram dar mais valor aquele período. Não como uma forma de romantizar os acontecimentos, mas sim para dar mais crédito a eu do passado.


Hoje eu conheço vários cantos da cidade e várias rotas de transporte, tenho amigos em basicamente cada zona, e talvez sem toda a jornada que vivi antes, nada disso seria possível.


Então pergunto pra você aí do outro lado da tela, qual momento ou evento da sua vida te levou aonde você está hoje? Que decisão você tomou e te deu memórias pra compartilhar?


Consigo vislumbrar esse momento onde tudo mudou pra mim, e mesmo morando fora da casa dos meus pais a mais de um ano eu sentia essa resistência interna de não poder demonstrar ou ir nesses lugares que eles muitas vezes não consideravam bons ou pensavam que era desperdício de dinheiro.


Todo dia preciso afirmar que sou dona do meu dinheiro e das minhas vontades, não preciso ter vergonha de ocupar os espaços que me fazem bem. Espero que cada um que leia esse texto se sinta abraçado e saiba que seus gostos são válidos, pode não ser hoje ou amanhã, mas você vai achar pessoas que vão se entusiasmar tanto quanto você, nos assuntos mais variados possíveis!


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